segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Alguns feedbacks

Quase ano depois da estreia no Teatro Cleon Jacques, voltamos com o espetáculo entre 7-23 de Outubro de 2009 no Teatro José Maria Santos. O espetáculo amadureceu e houve algumas mudanças. Segue dois trechos de feedbacks que a companhia recebeu via e-mail.

"Outra coisa, queria SUPER parabenizar a Cintia, a Ju e os meninos que não sei o nome que dançaram Lugares de Mim.
Fazia muito tempo que eu não via alguma coisa que me sensibilizasse tanto, eu sou super chorona e a parte em que a Ju dança com o Japones - eu nao sei o nome dele - é MUITO linda e eu chorei muito muito muito que parecia uma retardada. Achei o trabalho super forte e super bem medido - cenario, projeções - a Ju dançando com as carnes no fundo tbem é maravilhosa. Fiquei embasbacada e sai de la'tendo cinquenta tipos de pirapaques. E voces me desculpem o puxa saquismo mas a JU cantando é mto lindo!!
Agora estou super corrida mas quero voltar para o IMP pois depois desse não tem volta.É o tipo de coisa que você vê e depois sai meio perturbado e se pergunta: Afinal de contas, o que importa na minha vida e até quando vou ficar guardando meus sonhos numa caixa?
Tenho uma relação mto forte com arte contemporanea, vejo mto coisa mas voces me pegaram! Esse trabalho está muito foda!!!
Parabens mesmo, de coração para todos voces!!!!! FIquei super feliz de saber que eu estou no lugar certo, começando a dançar com pessoas tao talentosas e bacanas como voces ai do VIla. Desejo muito sucesso e que muitas pessoas possam assistir o espetaculo!!!
beijos" (Maria)

“Algumas sensações são mais fáceis de traduzir em palavras, outras nem tanto. Fiquei bastante presa a um dos primeiros movimentos, em que o Peter desenhava com um giz e vocês seguiam essa linha. No instante em que assistia lembrei de algo que por muito tempo foi foco do meu interesse: algumas composições de música contemporânea que não envolvem exatamente a produção de sons, mas a produção de fenômenos no tempo. La Monte Young, um compositor ligado às idéias do Fluxus, compôs em 1960 uma série de peças, algumas mais perigosas, outras bastante singelas como: ‘acenda um fogo diante da platéia’ ou ‘solte uma revoada de borboletas no ar’ [eu sempre quis apresentar essa última!]. Mas o que me chamou a atenção, na verdade, é que uma dessas composições, a Composition #10 é representada por apenas uma frase DRAW A STRAIGHT LINE AND FOLLOW IT. E foi o que recordei quando observei vocês seguindo o giz... As cenas de amor também me tocaram muito, assim como sobre a saudade . Às vezes, sinto saudades das coisas antes que elas acabem, e, nesses momentos, sempre penso que essa saudade é, na verdade, o desejo de manter esse momento que passa [tão rápido!] dentro de mim, quando ele já não pode mais existir fora de mim... Então eu me reconheci muito nessa hora e não pude me conter! “ (Camila Amatti)

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Missão Cumprida

A desCompanhia de dança foi contemplada no ano de 2008 pelo Edital de Produção e Difusão em Dança da Fundação Cultural de Curitiba. Trabalhamos neste projeto, inicialmente intitulado Ambrótipo - Estudo sobre a suspensão do instante, durante 4 meses. Foram inúmeras as pesquisas téoricas e práticas, envolvendo uma dedicada e competente equipe técnica, que resultaram no espetáculo Lugares de Mim. O espetáculo teve sua estréia no dia 07 de novembro deste mesmo ano no Teatro Cleon Jacques e ficou em cartaz até o dia 23. A companhia pretende dar continuidade em 2009 nos estudos já iniciados com este projeto sobre a IMAGEM e promover novas ações de compartilhamento das pesquisas realizadas.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

UMA BOA IMPRESSÃO...

Lugares de Mim

Que corpo é este? Corpo onde estão impressas memórias distantes de coisas que não vivi necessariamente mais que fazem parte da espécie a qual pertenço. Espécie humana, lugares atávicos, mas eu os sinto mesmo não sabendo explicar. Apenas sinto, lugares esquecidos, lugares que desconheço e outros que conheço muito bem, lugares que me chamam a mergulhar quase como se estivesse em transe. Digo quase, pois tenho consciência dos estímulos que cada movimento provoca em mim, mesmo não sabendo precisar que lugares eles me fazem acessar. Neste momento sou expectador, mas em nenhum momento passivo, pois a cada movimento proposto pelos artistas criadores acesso lugares de mim, é como se uma grande espiral de energia fosse me envolvendo aos poucos. Os olhares, os silêncios, o chão e fundo branco, puxando cada vez mais meu olhar para estes corpos em crise, em extâses, pois eles também são reflexos do meu corpo, dos meus desejos. É engraçado me sinto cúmplice, me sinto fazendo parte. Em muitos momentos tive vontade de abraçá-los e de me juntar à eles.

Minhas impressões sobre o espetáculo : Lugares de mim
Adriano Carvalhaes.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

COMPAREÇAM.



Bom é isso:

estamos no Teatro Cleon Jacques no Parque São lourenço de Quarta a Sábado 20H e Domingo 19H

até dia 23 de Novembro

uma Lata/Pacote de leite em pó.

esperamso todos vocês então OK!!!

merda merda...

domingo, 12 de outubro de 2008

Tá quase ai!!!!

Bom Galera

tá chegando a hora de ir mesmo para a cena, as coisas estão se ajeitando de formas mais naturais possiveis.
acompanhar como esta sendo desenvolvida algumas coisas da trilha com a Edith, ver os desenhos do Edu darem conta das nossas espectativas, notar que a luz do Fer esta de acordo com os estudos e as conversas com o Marlon nos deixando pirados com esses vídeos sem contar as ótimas fotos da Elenize.
esta quase na Hora então já estou contando os minutos para tudo começar....

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Aparição da Latência

Outra coisa estranha...
Pois estava eu vindo do ensaio pensando em coisas sobre minha latência e quando parei num semáforo senti a presença de uma pessoa ao meu lado, olhei e vi um cara. conectei-me com seus passos e andamos alguns metros juntos.
Eu pra variar estava de fone nos ouvidos e fazendo um TSURU com papelzinho de um Halls e tentando me COMUNICAR com ele. Não sei como mais ele alguns metros depois disse:
- E ai estamos andando juntos um tempo e você não vai dizer nada?
tirei um dos fones e disse:
-Oi?
Ele repetiu a frase e ai começamos um diálogo inesperado, falamos de trabalho, cansaço e até de férias... então ele disse que era músico
-Prazer sou Bailarino
E fomos mais alguns quarteirões conversando, não sei o nome dele, e nem como ele percebeu a minha VONTADE de COMUNICAR que era grande e no momento era o que eu precisava.

Será que minha latência começa a aparecer????
tomara que sim não é?

seguimos trabalhando... bjs

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

um olhar na fenomenologia

um pouco de Merleau Ponty para refletir:

- a fenomenologia tem por objetivo descobrir o mundo antes do saber e do conceito- a partir do "ser bruto"-, segundo o jargão merleau pontyano-, e por isso esse é um processo de "deslumbramento", segundo o filósofo, pois o poeta procura, mas nem sempre encontra, apoio na linguagem proferida. Razão pela qual Merleau-Ponty define,na famosa introdução ao seu trabalho mais extenso, a Fenomenologia da percepção, que "a melhor fórmula da redução é um espanto[étonnement] diante do mundo.
- a fenomenologia é o estudo das essências; em nenhum momento ela se afasta da existência, plano em que as idéias não são puras, isto é, regradas de princípio cartesiano(idéias claras e distintas) ou Kantiano(formas de intuição e categorias do entendimento). Sabemos que no mundo vivido as razões estão ocultas, não manifestas, isto é, o instante em que o sujeito e o objeto se abraçam(num primeiro momento a partir do corpo próprio) : nem sujeito, nem objeto.
- procurar a essência do mundo não é procurar o que ele é em idéia, como se ele fosse um objeto para o pensamento , mas a experiência pré objetiva que, segundo Merleau-Ponty, "eu não domino porque é inesgotável"
Por Cristiano Perius

Isto tudo significa muito para nós. Arrisco dizer que estes trechos retirado da matéria sobre Fenomenologia e Estética deveriam ser lidos por nós todos os dias como ponto de partida para a criação. Lógico que sempre discutimos muito sobre a experiência do corpo ou como a vida nos deixa diferentes marcas, fazendo cada um ser o que é e que é exatamente isto que interessa no nosso fazer artístico ; mas é bom demais encontrar uma base teórica para aquilo que acreditamos empiricamente. Para o trabalho que busco juntamente com vcs, isto é uma grande verdade.
Vamos ao trabalho(continuar)
Bjs enorme
Cintia Napoli